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O encontro entre arte e indústria pode ser entendido como um campo rico de possibilidades criativas e estéticas a partir de novos processos, materiais e suportes. Com a intenção de estreitar o laço entre as artes visuais e a produção industrial surgiu o projeto cultural Vitrocerâmicos: Pesquisa Artística, que convidou seis artistas pernambucanos para uma imersão investigativa em uma indústria de vidros e cerâmica.

Durante três meses, os artistas Chico Ludermir, Daaniel Araújo, Hassan Santos, João Lin, Joelson Gomes e Nando Zevê puderam pesquisar, experimentar, documentar e criar novas soluções estéticas a partir das possibilidades dos materiais, maquinários e profissionais técnicos oferecidos pela Lilou Indústria de Cerâmicas, em Recife.

O processo e as obras resultantes da pesquisa artística fazem parte dessa exposição coletiva no Museu Murillo La Greca. A pesquisa apresenta ao público o resultado do cruzamento de informações entre os artistas e a indústria através de materiais largamente usados no nosso cotidiano: o vidro e a cerâmica. Em parceria com a fábrica, o grupo de artistas conquistou a possiblidade de dividir entre si pesquisas, processos e revelar suas criações e experiências através de novos suportes que os permitiram imprimir, ressignificar e intervir nas obras criadas por cada um.

A série Revestimentos de Chico Ludermir apresenta fotografias impressas em azulejos com detalhes da pele humana através de imagens macro que, repetidas e espelhadas, formam um novo tecido. O artista propõe um diálogo entre os “revestimentos” externos que convivemos: aquilo que reveste as paredes (os azulejos) e o que reveste os seres humanos (a pele). O trabalho aponta uma extensão temática do artista, que, desde 2013, investiga as intersecções entre o corpo-cidade e o urbano-humano.

Daaniel Araújo mostra uma série de pinturas com temas cotidianos e paisagens recifenses, agora reproduzidas em cerâmica. Além dessas obras, o artista mostra o painel Tubarão de Garanhuns que provoca discussões entre os ataques de tubarões na praia de Boa Viagem e o desequilíbrio do meio ambiente provocado por questões econômicas e políticas em Pernambuco. O tema já fez parte de outro trabalho do artista em que parodia a especulação imobiliária na cidade do Recife ao reproduzir placas de aviso com a frase “Área sujeita a ataque dos Barão”.

Hassan Santos apresenta a série Esquemas com obras que transitam no campo da arte, política e economia. Através de superfícies circulares de vitrocerâmicos, o artista monta gráficos que tratam das relações entre os índices econômicos e a dívida pública. Em outra obra, Hassan cria um poema concreto e sobreposições de imagens, fruto de sua pesquisa sobre a dominação econômica. Além dessa série, o artista mostra outras obras que são resultado de suas pesquisas desde 2013, explorando os materiais, impressão digital de fotografias, desenhos e pinturas sobre suportes diversos.

Na série Arranhados, o ilustrador João Lin interfere com desenhos feitos a mão livre em materiais que foram descartados pela fábrica por erro de produção. O gesto do desenho incorpora a marca do artista sobre as superfícies de cerâmica. João também apresenta a série Kintsugi [Amor em Vitro], onde o artista desenha diferentes corações que são impressos em cerâmica, quebrados e unidos posteriormente com vidro e fogo. Ao vitrificar os cacos de cerâmica, João faz do coração partido um símbolo das marcas que existem em cada um de nós. Fossilizados, conservam o passado e detêm o caminho da reconstrução.

Joelson Gomes desenvolve a série Infinitamente com a aplicação da imagem de um pássaro em peças de azulejos. Com grande produção em cerâmica através de seu próprio ateliê - “A Casa Simples” - e de projetos como a “Olaria Ocre” (residência artística em Tracunhaém), o artista produz obras a partir do barro e de pigmentos naturais. A organicidade presente em seus trabalhos foi o ponto inicial para dialogar com os processos industriais. As peças de azulejos revestidas com uma finíssima camada de vidro formam um painel que revelam as sutilezas nascidas desse contato com novos materiais e superfícies.

Nando Zevê une suas experiências em desenho e intervenção urbana na série Peixe fora d’Água, dando continuidade a ações de lambe-lambes e grafites que o artista espalhou pela cidade. Nando mostra peixes de vidro e placas circulares que exploram formas geométricas e texturas de escamas, deixando evidente todo o processo de pesquisa e criação vivenciado pelo artista ao pintar com a granilha (vidro em pó) e incorporar as supresas e falhas da tecnologia industrial aos seus trabalhos. Na exposição, Nando apresenta ainda desenhos impressos em peças de azulejo que exploram cores e formas.

O projeto Vitrocerâmicos: Pesquisa Artística tem a intenção de aproximar os artistas e a produção industrial pernambucana, estreitando laços e gerando oportunidades de diálogos entre diferentes áreas do conhecimento, proporcionando a descoberta de novos materiais e suportes artísticos. Ao compartilhar o resultado da pesquisa com o público, o projeto cultural pretende oferecer a oportunidade de acesso a uma gama de possibilidades estéticas e assim, contribuir com a produção artística do Estado de Pernambuco.

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Ficha técnica:

\ concepção e coordenação
Hassan Santos

\ coordenação de produção
Lúcia Padilha Cardoso

\ produção executiva
Janaísa Cardoso

\ artistas-pesquisadores
Chico Ludermir
Daaniel Araújo
Hassan Santos
João Lin
Joelson Gomes
Nando ZV

\ assessoria de imprensa
Bárbara Buril

\ fotos web design e gráfico
Hassan Santos

\ apoio
Lilou Industria de Cerâmicas
Museu Murillo la Greca



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